Unilever: mudanças para continuar na frente

Babs Rangaiah, diretor global de comunicação e planejamento da Unilever, afirma que só as empresas que entenderem as "mudanças climáticas" provocadas pelas novas tecnologias sobreviverão na indústria da comunicação

Num mundo em que o tráfego nas redes sociais superou o dos sites de pornografia e em que o futuro reserva um protagonismo cada vez maior para a telinha dos celulares, a Unilever já colhe os frutos da aposta que fez há três anos de dar cada vez maior ênfase à comunicação digital.

O indiano Babs Rangaiah, diretor global de comunicação e planejamento da Unilever, contou esta tarde no último painel do ProXXIma como a multinacional vem posicionando suas marcas de acordo como "as mudanças climáticas" provocadas pela invasão das novas tecnologias no mundo da comunicação. A decisão em dar um novo rumo nas estratégias publicitárias da Unilever, contou Babs, foi para garantir a liderança por mais algumas gerações até que uma nova revolução ocorra. "Vejam o que ocorre com o mundo da música, dos jornais e com a Kodak. Todos deveriam ter promovidos mudanças em suas culturas antes do choque que sofreram em seus negócios", explicou Babs.

A palestra começou com um desafio. Babs pediu que a platéia medisse seu QI digital que ganharia um ponto a cada recurso já incorporado no dia a dia: perfil em rede social, uso de site de leilões, blogs, Twitter, P2P, SMS, Kindle, widgets, Wii entre outros. "As pessoas que não incorporarem esses hábitos logo serão vistas como obsoletas", avisa, destacando que o uso das novas ferramentas digitais fez toda a diferença na vitória de Barack Obama na última eleição americana. Babs comparou a evolução da propaganda à de homem que alardeia suas virtudes como amante. "Antes ele repetia a mensagem várias vezes até que as pessoas começassem a acreditar. Hoje a mensagem é levada mais a sério quando vem pela recomendação boca a boca", explicou referindo-se às redes sociais.

E para ilustrar o aprendizado das grandes corporações com as redes sociais Babs recorreu a um episódio envolvendo a Coca-Cola que não gostou de ver circular pela internet imagens de jovens colocando pastilhas Methos em seu tradicional refrigerante e se divertindo ao assistir os efeitos. "Enquanto o pessoal do Menthos adorou, o pessoal da Coca-Cola tentou recriminar e tudo que conseguiu foi ser alvo de chacota dos blogueiros", conta.

Num segundo momento, Babs disse que a empresa identificou comunidades com fãs de sua marca que colecionavam diversos objetos antigos relacionados a marca. "Foram convidados para Atlanta para conhecer a empresa. Depois disso passaram a pipocar novas comunidades de admiradores. Esse é o processo de aprendizado", contou. No caso da Unilever, ele conta que são 500 grupos interessados na marca Dove contando somente o Face Book.

Na evolução digital da Unilever, Babs aponta o Brasil como um dos países mais importantes no processo por ser dono do segundo maior orçamento para comunicação digital atrás apenas dos EUA. Nas redes sociais, nova medalha de prata, com a segunda maior média de horas semanais dedicadas às redes sociais, 6,3 por semana. "Se o século XX foi dos EUA, o XXI é de Brasil, Rússia, India e China", prevê. E para ilustrar a nova formatação na lógica de pensamento da empresa, Babs cita uma frase de Pelé: "Não devemos apenas estar onde a bola vai, mas precisamos saber onde ela estará no próximo lance".

Fonte: Proxxima por Robert Galbraith

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